
Mulheres indígenas e cosmopolíticas do cuidado no Alto rio Negro
por Elizângela Silva Costa, Francineia Fontes, Dulce Mendes Morais, José Miguel Nieto Olivar, Júlia Kaori Miai Tomimura
07 Março 2022
Estudo de Caso
07 Março 2022
Estudo de Caso
O estudo de caso que apresentaremos busca entender, desde uma perspectiva cosmopolítica, como as mulheres indígenas do rio Negro, no noroeste amazônico, responderam à pandemia de COVID-19 no percurso de 2020 e 2021, mobilizando uma rede ampla e complexa de conhecimentos, de saberes, de agentes, de agenciamentos, de materialidades e de aliados. Damos destaque à campanha “Rio Negro, nós cuidamos!”, organizada e liderada pelo Departamento de Mulheres Indígenas do Rio Negro, da Federação de Organizações Indígenas do Rio Negro (DMIRN/FOIRN).
A partir da nossa relação e da nossa experiência de pesquisa anterior ao projeto PARI-c, o caso responde a um arco narrativo que tem como ponto de partida a “chegada” do vírus e da doença na cidade de São Gabriel da Cachoeira e na região do Alto Rio Negro (especialmente em uma comunidade do rio Içana, predominantemente de etnia Baniwa) entre março e abril de 2020.
A partir da nossa relação e da nossa experiência de pesquisa anterior ao projeto PARI-c, o caso responde a um arco narrativo que tem como ponto de partida a “chegada” do vírus e da doença na cidade de São Gabriel da Cachoeira e na região do Alto Rio Negro (especialmente em uma comunidade do rio Içana, predominantemente de etnia Baniwa) entre março e abril de 2020.
Para a montagem desse estudo de caso temos optado por não seguir um formato mais próximo de um artigo acadêmico contemporâneo, mas de permitir-nos uma extensão maior e uma organização que favoreça a pluralidade textual. As pesquisadoras deste estudo de caso fizeram enormes investimentos em escrita e nas múltiplas traduções que isso implica. Essa escrita não é apenas “dado” para uma análise sintética, mas é elaboração ativa, processual, de conhecimentos plurais e situados. Além do mais, entendendo esse documento também na sua dimensão de relatório de uma pesquisa intensa de um ano, assumimos que é importante oferecer aos e às leitoras alguma relação “direta” com a enorme riqueza de informações. Assim, apresentamos um documento concebido e escrito em múltiplas mãos conectadas. Nossa proposta é priorizar as vozes, os textos e as elaborações conceituais e afetivas das pesquisadoras.
Esse relato de estudo de caso está organizado em 5 partes, assim: a primeira parte se ocupa de desenhar uma figura inicial de redes para entender a chegada do vírus ao Alto Rio Negro. No sentido de compreender a resposta indígena à COVID-19 no alto rio Negro e os agenciamentos das mulheres nesse marco, a segunda parte, “Proeminência do Cuidado...”, se ocupa de apresentar as formas e reverberações da campanha “Rio Negro, nós cuidamos!”, liderada pelo DMIRN/FOIRN. Na terceira parte mergulhamos na noção de Cestos de Conhecimentos, para olhar com mais atenção etnográfica e desde diversas perspectivas à questão dos remédios tradicionais, dos benzimentos, das técnicas e conhecimentos específicos para curar, proteger corposterritórios. Na quarta parte fechamos o arco narrativo proposto, de forma alegórica e sintética, a partir de uma narrativa de passagem através da pandemia e de disputa da força e à força, levantada em outubro de 2021. Por fim, nas considerações finais abrimos um espaço de tradução conceitual da experiência das mulheres, para leigos não indígenas, a partir da noção de cosmopolíticas do cuidado.
Esse relato de estudo de caso está organizado em 5 partes, assim: a primeira parte se ocupa de desenhar uma figura inicial de redes para entender a chegada do vírus ao Alto Rio Negro. No sentido de compreender a resposta indígena à COVID-19 no alto rio Negro e os agenciamentos das mulheres nesse marco, a segunda parte, “Proeminência do Cuidado...”, se ocupa de apresentar as formas e reverberações da campanha “Rio Negro, nós cuidamos!”, liderada pelo DMIRN/FOIRN. Na terceira parte mergulhamos na noção de Cestos de Conhecimentos, para olhar com mais atenção etnográfica e desde diversas perspectivas à questão dos remédios tradicionais, dos benzimentos, das técnicas e conhecimentos específicos para curar, proteger corposterritórios. Na quarta parte fechamos o arco narrativo proposto, de forma alegórica e sintética, a partir de uma narrativa de passagem através da pandemia e de disputa da força e à força, levantada em outubro de 2021. Por fim, nas considerações finais abrimos um espaço de tradução conceitual da experiência das mulheres, para leigos não indígenas, a partir da noção de cosmopolíticas do cuidado.
Leia o estudo de caso aqui.